domingo, maio 14, 2006

Luís Marinho pede igualdade de oportunidades no PS

A moção levada por Luís Marinho ao Congresso da Federação de Coimbra do Partido Socialista preconiza igualdade para as candidaturas internas e recomenda “regras de comportamento” dos dirigentes em relação à colaboração com grupos económicos e à participação em negócios.
“Não pode continuar a depender da fortuna do candidato ou da sua arte de angariar fundos” a possibilidade de um militante se perfilar para o desempenho de cargos no PS, defende o antigo eurodeputado.
Ao assinalar que a Constituição da República consagra como um dos seus “princípios estruturantes a independência do poder político em face do poder económico”, o documento acentua que “têm-se sucedido notícias, indícios e factos que lançam dúvidas quanto à plena conformidade do comportamento de alguns responsáveis partidários com esse princípio”.
Neste contexto, a moção sugere a adopção de “regras de comportamento” capazes de impedir que “alguns dos mais destacados dirigentes do PS estejam ao serviço de grandes grupos económicos ou sejam protagonistas mais ou menos relevantes de grandes negócios relativamente aos quais exista alguma interferência do Estado”.
Ao debruçar-se sobre o funcionamento do Partido Socialista, a moção de que Luís Marinho é primeiro signatário alega que “o confronto de ideias (...) está enredado numa teia de fidelidades clientelares, de cumplicidades e trocas de favores que anula, quase por completo, a fecundidade política do colectivo partidário”.
Segundo o antigo eurodeputado, “é cada vez mais claro que os interlocutores autênticos, e verdadeiramente relevantes, do Governo em Coimbra são pessoas exteriores ao PS”. Num registo diferente, o presidente do Partido Socialista, António Almeida Santos, disse que o Congresso da Federação de Coimbra “reconheceu o mérito da actuação” do líder distrital, Victor Baptista.
Aplaudido quando se insurgiu contra o unanimismo, o ex-presidente da Assembleia da República felicitou Luís Marinho por ter conferido vivacidade ao conclave.
Na sessão de encerramento do plenário, o presidente da Federação do PS/Coimbra deixou uma “mensagem de confiança e de esperança” e garantiu tudo fazer no sentido do cumprimento da sua moção, aprovada por larga maioria de congressistas.
“Não há militantes de primeira porque não há de segunda e não há mestres-escola porque também não há alunos”, declarou Victor Baptista ao prometer “dedicação entrega e espírito de trabalho sem limites”.
Ao privilegiar uma Federação “operacional e dinâmica”, o deputado [à Assembleia da República] e vereador [da Câmara de Coimbra] disse ter acabado, por ora, a luta política interna e vincou que gosta “mais de agir do que de falar”.
A moção cujo primeiro subscritor é Victor Baptista propõe-se “adequar o Secretariado da Federação a uma nova dinâmica e aos desafios de carácter organizativo (...) no sentido de melhorar o funcionamento interno do PS/Coimbra”.

Composição da C. Política

Com 67 por cento de votação dos delegados ao Congresso, à lista proposta por Victor Baptista cabem 48 dos 71 membros eleitos da Comissão Política da Federação (CPF), incumbida de ratificar a composição do Secretariado.
Os membros da CPF afectos a Baptista são Horácio Antunes, Henrique Fernandes, Ângela Pinto Correia, Abílio Vassalo Abreu, Brito Xavier, Fernanda Pimentel, Carlos Monteiro, Victor Camarneiro, Cristina Paiva, Jorge Cosme, Jorge Veloso, Isabel Ventura, Manuel Antão, Luís Carlos Pinto, Natália Conde, Raul Pratas, Mário Lopes, Catarina Lopes, Simões Cardoso, António Girão, Maria do Carmo Santos, Jorge Martins, Mário Ruivo, Patrícia Fernandes, Mário Tarrafa, José Duarte Pereira, Armanda Gavião, Luciano Figueiredo, Jorge Lemos, Teresa Borges, Carlos Teixeira, Carlos Mendes, Ana Luísa Fresco, Luís Santarino, Humberto da Conceição, Maria do Carmo Esteves, Américo Figueiredo, Hildeberto Teixeira, Elisabete Lemos, Alcides Malhão, Fausto Carvalho, Sandra Ralha e José Alberto.
A lista opositora fez eleger Luís Marinho, Teresa Alegre, Romero Magalhães, Luís Pena, Rui Namorado, João Montezuma de Carvalho, Maria José Moura, Rosa Pita, José Cabeças, Horácia Pedrosa, Eliana Pinto, António José Sousa, José Godinho, Victor Matos, Nelson Geada, André Pereira, Luís Coelho, Rui Cardoso, José Mário Monteiro, Cristina Martins, Luís Gonçalves, Luís Subtil e António Brásio.
A Comissão de Jurisdição é presidida por José Manuel Ferreira da Silva e a Comissão de Fiscalização Económica e Financeira é liderada por António Gomes.

2 comentários:

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