A Comissão Disciplinar da Liga alterou a decisão do «caso Mateus». Maisfutebol explica-lhe como foi possível dar razão ao Belenenses e apenas oito dias depois alterar tudo e manter o Gil Vicente no campeonato principal.
Eis todos os passos:
1. A 1 de Junho o plenário da Comissão Disciplinar, composto por quatro elementos, reuniu-se nas instalações da Liga em Lisboa e deliberou sobre o «caso Mateus», na sequência das participações de Académica e Belenenses.
2. Nessa reunião, a que também assistiu o secretário da CD, Rui Vieira, foi decidido dar razão às queixas de Académica e Belenenses. O Gil Vicente descia de divisão.
3. A decisão foi tomada por três dos quatro elementos: Gomes da Silva, o presidente, Frederico Cebola e Pedro Mourão. O quarto, Domingos Lopes, alegou incompatibilidades e preferiu não participar na decisão. Domingos Lopes é filho de um vice-presidente do Gil Vicente.
4. Nesse mesmo dia foi decidido apressar o acórdão, uma vez que era necessário notificar os clubes rapidamente, por passar um mês (a 7 de Junho) sobre o final do campeonato. E este é o período em que os resultados devem ser homologados. Foi pedido ao director executivo, Cunha Leal, que na segunda-feira levasse o acórdão para o Porto. E assim foi feito, já com a assinatura de Frederico Cebola e Pedro Mourão, os dois elementos de Lisboa. Só faltava a de Gomes da Silva, que assinaria nesse mesmo dia.
5. Gomes da Silva acabou por não assinar o acórdão. Nem na segunda-feira, nem em qualquer outro dia.
6. Esta sexta-feira, dia 9, o presidente da CD comunicou que tencionava mudar o sentido de voto e apresentou declaração de vencido. Mesmo assim a decisão manter-se-ia desfavorável aos gilistas, por dois votos contra um. Mas não foi isso que sucedeu.
7. No decorrer da reunião, Domingos Lopes afirmou que afinal estava disponível para participar na decisão. E assim fez, votando de forma favorável ao Gil Vicente.
8. Face ao empate (2-2), Gomes da Silva chamou a si a decisão, argumentando com o facto de o cargo de presidente lhe permitir voto de qualidade. Uma situação que não está prevista nos regulamentos da Comissão Disciplinar, até por este órgão ser normalmente composto por um número ímpar de elementos (cinco).
9. Apesar de a decisão ter sido tomada esta sexta-feira, dia 9, no acórdão deverá figurar a data de 5 de Junho, segunda-feira, dia em que a primeira decisão foi depositada na sede da Liga, à guarda do secretário da CD, Rui Vieira.
Face a estes acontecimentos, Frederico Cebola e Pedro Mourão decidiram apresentar a demissão, algo que será formalizado no início da próxima semana, em carta a enviar a Adriano Afonso, presidente da mesa da assembleia geral da Liga de Clubes. Mal o façam, a CD deixará de ter o número mínimo de elementos para se manter em funcionamento, pelo que será necessário marcar eleições.
Fonte:www.maisfutebol.iol.pt
2 comentários:
Nem queria acreditar quando li a noticia. A máfia do futebol atacou de novo e como sempre o meu Belem é que se tramou. Será que não há ninguem que ponha um fim a esta pouca vergonha?
Caro amigo, sei bem o que estás a sentir, pois há 18 anos passámos nós por isso.
Espero sinceramente que a justiça, desta vez, triunfe.
Um abraço académico e solidário.
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